estudos – Colaboratório de Infoeducação https://colabori.eca.usp.br Sat, 08 Apr 2017 15:17:12 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.9.8 Ministro francês quer mais estrangeiros nas universidades do país! https://colabori.eca.usp.br/?p=396 https://colabori.eca.usp.br/?p=396#respond Wed, 16 Nov 2011 14:55:47 +0000 https://colabori.eca.usp.br/?p=396 Continue lendo ]]>

by FÁBIO TAKAHASHI
ENVIADO ESPECIAL À FRANÇA, 14/11/2011 – 03h00

“Mudamos tudo”, afirma o ministro da Educação Superior e Pesquisa da França, Laurent Wauquiez, sobre a reforma iniciada em 2007 no seu sistema universitário.

O “tudo” significa que agora as instituições têm liberdade para definir o perfil de seus docentes, fazer seus planos pedagógicos e escolher a cor de suas paredes, exemplo que o ministro reiteradamente repete para mostrar como era a centralização do sistema antes da reforma.

Outras mudanças promovidas foram a integração das instituições de ensino superior (as universidades, as escolas de elite chamadas Grandes Escolas e os centros isolados), a aproximação delas do mercado e o aumento do investimento para sua modernização – foram liberados algo em torno de 22 bilhões de euros.

Tudo isso para melhorar a competitividade de suas escolas: a França possui apenas 5 entre as 200 melhores do mundo, ante 32 do Reino Unido, segundo o ranking global de universidades Times Higher Education.

Buscam também aumentar a atratividade para alunos e pesquisadores do mundo todo.

A mudança está em curso, mas já trouxe melhorias para estudantes estrangeiros, segundo Alexandrine Brami, diretora do Instituto de Estudos Franceses e Europeus de São Paulo, que auxilia e presta consultoria a estudantes brasileiros que querem estudar na França.

“Uma das principais vantagens foi a simplificação do sistema. Antes, eram tantas siglas que nem nós franceses entendíamos. Agora, existe apenas graduação, mestrado e doutorado”, disse.

Por outro lado, a reforma ainda possui problemas, diz a presidente da universidade francesa Cergy-Pontoise, Françoise Moulin Civil. “Os recursos aumentaram bastante. Mas não tem sido fácil integrar instituições. Nós, por exemplo, tivemos trabalho para poder usar um laboratório de pesquisa na região.”

A seguir, trechos da entrevista que o ministro da Educação Superior concedeu à Folha, no mês passado, em que ele explica mais sobre a reforma em curso.

Por que a França decidiu fazer a reforma? Quais eram os pontos mais fracos do sistema?

Desde 2007 empreendemos um movimento de reformas sem precedentes em nossas universidades. A excelência acadêmica estava ali, mas faltava reforçar sua atratividade, a profissionalização dos estudos e dar os meios a nossos centros para se tornarem mais competitivos internacionalmente.

O principal problema do sistema francês era sua excessiva centralização. Antes de 2007, tudo se decidia em Paris, a contratação de professores, a reforma de prédios e até a escolha da cor das paredes dos edifícios! Essa centralização causava atrasos e impactava na qualidade de ensino. Além disso, cada universidade estava apenas focada em seus temas, o que era um grande inconveniente em uma competição global que nos impõem combinar conhecimentos.

Além de tudo isso, as universidades não tinham relação com as empresas.

Como funciona essa descentralização?

Os recursos humanos e financeiros, mobiliário, sistemas de informação, projetos escolares, são agora geridos mais perto das demandas de cada região. Temos dado às universidades meios para conseguir esses objetivos com um aumento de 23% da média de recursos para funcionamento entre 2007 e 2011.

A existência de uma relação entre universidades e empresas é um debate complexo no Brasil. Como vocês lidam com isso?

Devemos desenvolver a sinergia entre o mundo universitário e o mercado do trabalho. Com a reforma, abrimos nossas universidades ao mundo da economia e das empresas. As ofertas de formação são definidas de acordo com as necessidades do tecido econômico local da universidade.

Também criamos 41 fundações comuns entre a educação superior e as empresas, as redes bancárias, a comunidade local e as redes de ex-alunos.

Quais são as principais dificuldades que vocês vêm enfrentando?

Como toda grande reforma, houve resistências e tensões. Há quatro anos, julgávamos essa reforma impensável. Todos concordavam sobre a necessidade dela, mas ninguém teve coragem de fazê-la. Hoje, ninguém na França questiona a autonomia universitária.

Outra dificuldade é a complexidade do processo. Esta reforma é de magnitude sem precedentes na educação superior. Tomemos como exemplo a Operação Campus, de reformas físicas, ao qual destinamos 5 bilhões de euros, com 120 projetos em 2012. São operações de grande alcance que abrangem áreas de 40 a 260 hectares.

Mas a mudança está em curso. Em 1o de janeiro, quase toda a totalidade de universidades e centros de educação superior serão autônomos.

A crise econômica pode causar cortes nos investimentos?

Considero que os investimentos de hoje serão o crescimento de amanhã. Por isso, a crise não deve ser um freio ao investimento em educação e pesquisas. As medidas que tomamos ocorreram em um contexto de gestão rigorosa do gasto público. O orçamento das universidades e das pesquisas são prioritárias ao governo. Investiremos 22 bilhões de euros na educação superior. É a escolha política mais forte que temos feito durante a crise.

Haverá mais oferta de cursos em inglês? Isso não aumentaria o interesse de alunos estrangeiros?

Há muitos anos estamos tomando medidas para favorecer a utilização de línguas estrangeiras nos cursos. Para o período 2011-2012, propusemos 648 programas inteiramente ou parcialmente em inglês e uma dezena em espanhol.

A integração mundial das nossas universidades é uma das minhas prioridades. França hoje é o terceiro [caiu para quarto recentemente] destino mais escolhido por estrangeiros, e acolhe mais de 218 mil alunos internacionais.

A reforma parece uma grande mudança de mentalidade também…

A política de modernização significou diversas mudanças. Entretanto, soubemos preservar especificidades das universidades francesas, como o princípio da equidade social, a quase gratuidade dos estudos –as matrículas nas universidades francesas estão entre as mais baixas da OCDE– e a igualdade de acesso.

Aumentou o número de alunos brasileiros em seu país após o início da reforma?

A França segue atraindo um grande número de alunos estrangeiros: 218 mil em 2010-2011, aumento de 2% em um ano, dos quais 26 mil são do doutorado e 95 mil do mestrado (master).
Os países que mais possuem alunos estrangeiros aqui são Marrocos (22 mil), China (20 mil), Argélia (20 mil) e Tunísia (10 mil).

Em vez de concentrar em mobilidade individual, priorizamos parcerias com países para minimizar os riscos de insucessos.

Esse esforço vai ficar mais considerável a partir de 1o janeiro de 2012, a partir das atividades do Campus France.

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/saber/1005321-ministro-frances-quer-mais-estrangeiros-nas-universidades-do-pais.shtml.

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Curso de Introdução aos Estudos da Memória: Teorias e Práticas https://colabori.eca.usp.br/?p=221 https://colabori.eca.usp.br/?p=221#respond Fri, 17 Jun 2011 15:09:00 +0000 http://soaresoliva.com.br/colabori/?p=221 Continue lendo ]]>

Apresentação do curso

A memória tem sido assunto recorrente de pensadores de muitas áreas pelo menos ao longo dos últimos dois séculos. Nos dias de hoje, poucos são os temas que têm atraído tanto interesse, ocupando um lugar de destaque na academia, na política, na mídia, na vida social.

Sob muitas maneiras a memória está infiltrada na experiência humana, associada a um sem número de elementos: a fisiologia, a emoção, a psique, a cognição, o pensamento, a linguagem, entre outros. O avanço do conhecimento científico, somado a novas perspectivas das humanidades, têm reforçado que a memória é um objeto complexo, que requer conhecimentos transversais.

O Curso de Introdução aos Estudos da Memória: Teorias e Técnicas busca, de uma perspectiva interdisciplinar, oferecer recursos de base para o tratamento deste tema a cada dia mais próximo e mais inquietante. Com um corpo docente de reconhecida excelência, o curso apresenta ferramentas teóricas, metodológicas e conceituais valiosas para todos os interessados em explorar esse objeto igualmente fascinante e desafiador.

Os “estudos da memória” como espaço de debate

Em busca de maneiras mais eficazes de lidar com um tema multifacetado como a memória, profissionais, pesquisadores e demais interessados do mundo todo têm ultrapassado espaços disciplinares que tratam deste e de outros objetos de uma perspectiva exclusivista.Sob o rótulo de “estudos da memória”, um novo terreno surge, congregando pessoas dedicadas ao assunto e dispostas a aprender, dialogar e debater. Isso permite compreender as várias possibilidades de inclinação sobre a memória e efetuar um amálgama criativo e adequado às mais distintas finalidades.

Somando-se a esse movimento, o Curso de Introdução aos Estudos da Memória apresenta, de maneira panorâmica, pistas para responder a questões como:

– Por que a memória pode (ou deve) ser objeto de estudo na construção de conhecimento?

– O que ela agrega na pesquisa de diferentes disciplinas, e como se serve dos recursos dessas disciplinas?

– Qual o papel social e político da memória?

– Como e por que as pessoas lembram e esquecem?

– Memória e conhecimento são a mesma coisa?

– Qual a relação entre memória individual e memória coletiva?

– Como a memória se entrelaça com emoção, subjetividade, identidade, experiência, poder?

– De que maneira a memória se relaciona com o tempo, articulando passado, presente e futuro?

– Como utilizar documentos dos mais diversos tipos no estudo da memória?

– De que forma os estudos da memória se servem da narrativa e da história oral?

– Quais as estratégias analíticas mais eficazes?

– Por que a memória está hoje tão presente na cena pública?

Programação

O Curso de Introdução aos Estudos da Memória: Teorias e Técnicas é organizado em uma semana de atividades intensivas, que incluem palestras e minicursos com especialistas na área.

Data: 11 a 14 de julho de 2011 (segunda a quinta-feira)
Horário: 9h às 12h (manhã) e 14h às 17h (tarde)

Como saber mais

O Curso de Introdução aos Estudos da Memória está aberto para interessados de todas as áreas. Promovido pelo Núcleo de Estudos em História da Cultura Intelectual, ele acontece de 11 a 14 de julho de 2011, na Universidade de São Paulo, e tem inscrições abertas pelo site: http://www.usp.br/historiaintelectual.

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